
Estivemos à conversa com a Dra. Ana Vieira , nutricionista clínica e autora do livro “25 erros alimentares" e falámos sobre o impacto da alimentação na nossa pele.
A pele necessita de uma dieta que forneça proteínas, ácidos gordos essenciais, vitaminas (C, E, A, K, D e complexo B) e minerais (selénio, zinco). Para garantir o aporte adequado destes nutrientes devemos ingerir, diariamente, os seguintes alimentos:
- Lacticínios, carne, peixe, ovos e leguminosas- Proteína.
- Frutos oleaginosas, como amêndoa, nozes, avelãs, pinhão, sementes e abacate- Ácidos gordos essenciais, vitamina E, K e zinco.
- Produtos hortícolas como a cenoura, tomate, folhas verdes e frutos, de preferência colhidos na sua época- Vitamina C, E, K e pró-vitamina A.
- Fígado e gema de ovo- vitamina A.
- Salmão, sardinha, carapau, cavala, truta e outros peixes gordos- Ácidos gordos do tipo ómega3, vitaminas E e D.
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Sementes, mariscos, ovo-Sélénio.
- Cereais Integrais e sementes, carnes e mariscos- Zinco.

No dia-a-dia realizar 5 a 6 refeições com um intervalo de 3-4 horas respeita o ciclo circadiano, controla a secreção hormonal, nomeadamente, de insulina. O excesso de secreção desta hormona é prejudicial à saúde da pele e este verifica-se, especialmente, quando saltamos uma refeição e, na seguinte, temos tendência a comer em demasia.
Os alimentos a evitar são essencialmente os ricos em açúcar. Estudos referem que uma elevada ingestão de açúcar, como já foi referido, estimula a secreção de insulina e esta é a principal responsável pelo aumento da produção de sebo. Por outro lado, o açúcar estimula a hiperplasia da glândula sebácea, ou seja, há um aumento do tamanho desta (Lim, S. et al. 2019). Outros estudos referem que o consumo excessivo de produtos lácteos e de carne, também parece aumentar a produção de sebo e, consequentemente, o acne.
Uma alimentação rica em vitamina A, C D, E, zinco, bem como ómega-3 parece melhorar ou até mesmo prevenir, uma pele seca. No ponto 1 encontra os alimentos que fornecem estes nutrientes. Assegurar uma boa hidratação oral pode, também, minimizar este problema. A água é um importante aliado na manutenção e equilíbrio do nosso corpo.
A água é um importante aliado na manutenção e equilíbrio do nosso corpo. A falta ou diminuta ingestão de água, de que forma prejudica a nossa pele. Atualmente, ainda não existe evidência científica robusta acerca desta temática. No entanto, assegurar a ingestão de 1,5L de água, diariamente, em combinação com a aplicação de hidratantes tópicos, parece melhorar a hidratação da pele, bem como a sua textura.
É algo recente ou no passado também acontecia? No passado também acontecia embora, com o aparecimento das redes sociais e uma maior exposição do corpo, se tenha agravado. O importante é procurar manter o peso adequado para a altura, tendo noção que, para adultos, o Índice de Massa Corporal (IMC) saudável, varia entre 18,5 e 25 Kg/m2, o que permite uma grande variedade de pessoas, desde os mais magros aos mais cheinhos, sem por em risco a saúde.
Uma restrição energética ligeira permite uma perda de peso
Ninguém suporta tantas restrições alimentares num longo período. A restrição energética é essencial para a perda de peso mas se for em demasia, apesar de permitir obter resultados a curto prazo, é realmente difícil de manter. Se a restrição for mais ligeira, durante mais tempo, além de permitir uma perda de peso sustentada, preserva a massa muscular, sendo por isso mais aconselhada.

Sim. A dieta mediterrânea, com as suas imensas vantagens nutricionais promove refeições à mesa, em família, o que permite a transmissão destes hábitos alimentares de geração em geração. Como este “modo de comer” é o que reúne maior consenso sobre a proteção contra doenças, nomeadamente cardiovasculares e cancros, é uma boa forma de o preservar.
Uma alimentação saudável é a adequada à pessoa a que se destina. Consultar um nutricionista permite, personalizar o valor energético e nutricional da dieta às condições clínicas e de atividade física.
O jejum intermitente é uma forma de fazer restrição calórica, porque ao abstermo-nos de fazer uma ou duas refeições por dia reduzimos o total energético ingerido. As refeições a suprimir deverão ser, preferencialmente, as de final do dia e noturnas. Efetivamente, há evidência científica que comprova estes factos. Por este ser incompatível com a vida familiar atual (o jantar é muitas vezes a única refeição feita em família) e social, é mais suscetível ao abandono. Algo comum em indivíduos a realizar jejum intermitente é a ingestão de alimentos hipercalóricos como compensação do tempo de jejum. Atenção que este tipo de “Dieta” pode provocar perda de massa muscular e, por isso, não está indicado para quem não faça exercício físico regularmente, bem como crianças, jovens, grávidas e idosos.
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Dra. Ana Vieira
– Nutricionista Clínica
– Nutricionista do serviço dePediatria do CH Vila Nova deGaia/Espinho
– Coordenadora do Serviço de Nutrição do Trofa Saúde de Matosinhos
Publicações:
– Autora do livro “25 erros alimentares nas crianças: como evitá-los?”
– Co-autora do livro”Culinária Saúdavel” e “Envelhecer vivendo”